A Assíria surgiu em 2600 a.C. como uma pequena cidade-estado acádio semita chamada Assur (Ashur) próxima da região do alto rio Tigre, no norte da Mesopotâmia (atual província de Saladin do norte do Iraque). Segundo a lenda (tradições judaico-cristãs), a cidade de Assur teria sido fundada por Assur, filho de Sem, se tornando o deus padroeiro da cidade e emprestando o nome a ela. A Assíria existiu como um estado independente por um período de cerca de 1.900 anos, vindo desde o início da Idade do Bronze e indo até o final da Idade do Ferro. Durante todo esse tempo ela passou por diversos períodos, indo desde pequena cidade-estado a até um dos maiores e mais poderosos impérios do mundo. Em seu auge, o império assírio se estendia desde o Chipre, no Mar Mediterrâneo, a Pérsia (atual Irã), a Armênia, parte da Península Arábica, até o Egito.
A civilização mais antiga dessa região conhecida nessa região era composta por Homens Neandertais a mais 40 mil anos atrás, encontrados na caverna Shanidar. Os homens modernos chegaram nessa região e se estabeleceram como caçadores-coletores formando as culturas Jarmo 7.100 a.C. e Hassuna 6000 a.C. pertencentes ao neolítico. As primeiras cidades-estados na região a se destacar foram Subartu e Azuhinum, sendo incorporadas pela ascensão da cidade-estado de Assur. Próximo de 3.000 a.C. todo o vale do alto rio Tigre foi dominado pela Suméria, durante este período várias outras cidades-estados na região de Assur começaram a se destacar como Nineveh. Em 2.600 a.C., o governante sumério dominante na Mesopotâmia Eannatum de Lagash, menciona que "castigou Subartu" (Subartu se referindo a Assíria), de forma similar, em 2.500 a.C. Lugal-Anne-Mundu o rei da cidade-estado de Adab da suméria lista Subartu como ter pago tributos a ele. O domínio da região mudou de mãos quando Sargão o Grande, da Acádia (cidade-estado de Akkad) uniu todos os povos semitas e acadianos de língua suméria da Mesopotâmia sob o Império Acadiano (2.334-2154 a.C.), em seguida os Gútios conquistaram a civilização sumério-acadiana. Durante pouco tempo o domínio da região foi para o Império Neo-Sumério ou 3ª dinastia de Ur (2.100–1.950 a.C.), essa dominação suméria se estendia até a cidade de Assur, no entanto parece não ter chegado a Nínive (Nineveh) e no extremo norte da região da Assíria e depois para a Babilônia. Os reis assírios eram apenas líderes pastorais durante esses períodos e somente após 1.950 a.C. é que a Assíria obteve a independência, iniciando os relatos escritos sobre governantes assírios.
Essa Assíria inicial era composta de diversas cidades-estados e pequenos reinos semíticos do começo da Idade do Bronze. Classificados como "Reis que viviam em tendas", governantes pastoris seminômades independentes e que governaram entre 2.500–2.000 a.C., temos: Tudiya, Adamu, Yangi, Suhlamu, Harharu, Mandaru, Imsu, Harsu, Didanu, Hana, Zuabu, Nuabu, Abazu, Belu, Azarah, Ushpia (2.030 a.C.) que construiu o primeiro templo dedicado ao deus Ashur na cidade de Assur e Apiashal filho de Ushpia. Estes reis, em algum momento, se estabeleceram totalmente de forma urbanizada e fundaram a cidade-estado de Assur e durante o período do Império Acadiano (2.334-2154 a.C.) estiveram sujeitos a Sargon e seus sucessores e a cidade de Assur tornou-se um centro regional administrativo do Império, conforme mencionado nas "Tábuas de Nuzi". Durante o período de 2.154-2.112 a.C. a Assíria se tornou totalmente independente, pois os Guti invadiram mais as regiões sul da Mesopotâmia. Conhecidos como "Reis cujos pais são conhecidos" e datados de 2.000 a.C. temos: Apiashal filho de Ushpia, Hale filho de Apiashal, Samani filho de Hale, Hayani filho de Samani , Ilu-Mer filho de Hayani, Yakmesi filho de Ilu-Mer, Yakmeni filho de Yakmesi , Yazkur-el filho de Yakmeni, Ila-kabkaba filho de Yazkur-el e Aminu filho de Ila-kabkaba, estando registrados na lista de ancestrais de Shamshi-Adad I. Em seguida vieram os "Reis cujos epônimos não são conhecidos" e datam de 2.000–1.900 a.C.: Sulili filho de Aminu, Kikkia, Akiya, Puzur-Ashur I (1.975 a.C.) fundador de sua Dinastia e seus descendentes deixaram inscrições mencionando-o como construtor de templos a deuses como Ashur, Adad e Ishtar na Assíria, Shalim-ahum ou Shallim-ahhe (1.946 a.C.), Ilu-shuma (1.945-1.906 a.C.) que invadiu cidades-estados Sumero-acadiano no sul da Mesopotâmia.
Na cronografia de George Syncellus existe um fragmento de Júlio Africano, que fala sobre a data da fundação da Assíria em 2.284 a.C., já o historiador romano Velleius Paterculus citando Aemilius Sura afirma que a Assíria foi fundada 1.995 anos antes de Philip V ser derrotado em 197 a.C. (na Batalha de Cynoscephalae) pelos romanos, resultando em 2.192 a.C. para a fundação da Assíria. Diodoro da Sicília registrou uma outra tradição de Ctesias, que data a fundação da Assíria em 1.306 anos antes de 883 a.C. (a data de início do reinado de Ashurnasirpal II) resultando em 2.189 a.C. e em "The Chronicle of Eusebius" fornece uma outra data para a fundação da Assíria, com a ascensão de Nino, datando em 2.057 a.C., mas a tradução armênia do "The Chronicle" coloca a data para trás em 2.116 a.C., sendo que uma outra tradição clássica encontrada no "Excerpta Latina Barbari", data a fundação da Assíria, sob Belus, em 2.206 a.C.
•Período Assírio Antigo (1.905-1.381 a.C.): Nesta época a Assíria era apenas uma cidade-estado (Ashur ou Assur) no meio de outras em sua região e circundada pelos vizinhos Hatitas e Hurritas no norte (Ásia Menor), os Gútios, Lullubi e Turukku a leste (nas montanhas de Zagros do noroeste do atual Irã), os Elamitas a sudeste (atual centro-sul do Irã), os Amorreus a oeste (atual Síria) e os Sumérios-acadianos ao sul (na Mesopotâmia). Assur originalmente era baseada em uma oligarquia ao invés do padrão de monarquia, era uma organização política baseada em 3 principais centros de poder, contendo um mentor da cidade que era um governante hereditário, uma assembleia de anciãos e um cônsul que era responsável pela administração econômica da cidade. O governante presidia as reuniões e realizava, colocava em prática as decisões. Os sumos sacerdotes governavam o templo e a religião. Os cônsules podiam também deter pessoas e confiscar propriedades.
Erishum I (1905-1867 a.C.) filho de Ilu-shuma, expandiu vigorosamente as colônias assírias na Ásia Menor. Ele criou alguns dos primeiros exemplos de lei escrita, construiu muralhas para fortalecer as principais cidades assírias e construiu templos dedicados a Ashur e Ishtar. A partir de seu reinado é que iniciou a lista mais antiga conhecida contendo os nomes dos governantes assírios. Ikunum (1.867-1.860 a.C.) filho de Ilu-shuma e irmão de Erishum I, sucedeu ao trono e construiu o maior templo até então para o deus Ningal, fortificou a cidade de Assur e manteve as colônias da Ásia Menor. Foi sucedido por seu filho Sargon I ou Sargão I (1.860-1.821 a.C.) foi nomeado devido ao famoso Sargão da Acádia, ele também continuou reforçando as defesas das principais cidades assírias e manteve colônias assírias na Ásia Menor. Puzur-Ashur II (1.821-1.813 a.C.) filho de Sargão I o sucedeu e pouco se sabe sobre seu reinado. Seu filho Naram-Suen ou Naram-Sin (1.813-1.759 a.C.) ascendeu ao trono e o manteve durante 54 anos um dos mais longos reinados do antigo Oriente Médio, derrotando até Shamshi-Adad I que tentou tomar seu trono. Seu filho Erishum II (1.759-1.750 a.C.) o sucedeu e foi o último de sua dinastia, sendo derrotado por Shamshi-Adad I.
-Período Amorita (1.750-1.706 a.C.): Shamshi-Adad I (1.750-1.717 a.C.) era um governante amorita que alegava ser descendente legítimo do antigo rei Assírio Ushpia, durante séculos os amoritas tentaram conquistar a Assíria e finalmente haviam conseguido. Shamshi-Adad I colocou seu filho Ishme-Dagan no trono de uma cidade assíria de Ekallatum e manteve as colônias Assírias da Anatólia. Em seguida, conquistou o reino de Mari e colocou seu outro filho no comando Yasmah-Adad. Seu filho Ishme-Dagan I (1.717-1.706 a.C.) sucedeu ao trono, entretanto nesse mesmo período a cidade da Babilônia estava passando por uma enorme ascensão sob o reinado do grande rei Hammurabi (1.728-1.686 a.C.) e Ishme-Dagan I teve que enfrentar diversos conflitos com os babilônicos e seus aliados. Se aproveitando dos conflitos, Zimrilim de Mari derrubou Yasmah-Adad do comando de Mari e se aliou a Hammurabi. Ishme-Dagan que era um grande guerreiro e estrategista, como seu pai, tentou se fortalecer fazendo uma aliança com os inimigos da Babilônia. No entanto Hammurabi se mostrou ser melhor ainda, a luta pelo poder durou décadas empatada e ainda Ishme-Dagan I conseguiu vencer batalhas contra Turukku e Lullubi nas Montanhas Zagros que haviam atacado a cidade assíria de Ekallatum. Até que Hammurabi conseguiu forçar Ishme-Dagan I e seu filho herdeiro Mut-Ashkur a se submeterem ao Império Babilônico.
-Período Babilônico (1.706-1.669 a.C.): Mut-Ashkur (1.706-1.699 a.C.) reinou como rei vassalo do rei Hammurabi da Babilônia, bem como Rimush (1.699–1694 a.C.) e Asinum (1694-1.674 a.C.) neto de Shamshi-Adad I, seus sucessores. Após a morte de Hammurabi, seu filho Samsu-Iluna (1.686-1.648 a.C.) assumiu o trono e se iniciou o período do declínio babilônico. Samsu-Iluna enfrentou diversas revoltas internas e invasões externas, enfraquecendo o império. Se aproveitando dessa fraqueza, surgiram diversas revoltas na Assíria que derrubaram o regente vassalo Asinum do poder e se iniciou uma guerra civil. Sete governantes ficaram conhecidos como usurpadores por tomarem o poder da Assíria em meio as revoltas, foram eles Ashur-dugul (1.668 a.C.) um rei nativo que tomou o trono mas não conseguiu mantê-lo por muito tempo, sendo deposto pelo seu rival por Ashur-apla-idi, foi criada uma instabilidade interna e dessa forma rapidamente, no período de 6 anos surgiram outros 4 governantes no trono assírio, Nasir-Sin, Sin-namir, Ipqi-Ishtar, Adad-salulu, até que Adasi (1.673-1.663 a.C.) conseguisse criar uma dinastia nativa estável na Assíria sem a influência babilônica que já estava em decadência, perdendo diversas partes do antigo império babilônico de Hammurabi.
Adasi foi sucedido por Bel-bani (1.663-1.654 a.C.) que conseguiu reconquistar outras partes do reino assírio, bem como expandir as fronteiras com diversas vitórias sobre os babilônios e os amorreus, fortalecendo e estabilizando o reino. Os governantes seguintes conseguiram transformar o reino da Assíria em uma nação forte e estável, sem conflitos com seus vizinhos. A sequencia de governantes foi: Libaya (1.654-1.638 a.C.) filho de Bel-bani, Sharma-Adad I (1.638-1.626 a.C.) filho de Libaya, Iptar-Sin (1.626-1.614 a.C.) filho de Sharma-Adad I, Bazaya (1.614-1.602 a.C.) filho de Iptar-Sin, Lullaya (1.602-1.596 a.C.) usurpador do trono de Bazaya, Shu-Ninua (1.596-1.585 a.C.) filho de Bazaya que recuperou o trono e Sharma-Adad II (1.585-1.582 a.C.) filho de Shu-Ninua. Enquanto a Babilônia foi derrotada e saqueada pelo império Hitita e logo em seguida dominada pelos Cassitas em 1.595 a.C., a Assíria manteve-se forte e segura, restando apenas ao novo governo da Babilônia oferecer tratados de comercio e aliança com o rei assírio Erishum III (1.582-1.571 a.C.) filho de Shu-Ninua e irmão de Sharma-Adad II.
Shamshi-Adad II (1.571-1.565 a.C.) filho de Erishum III foi o sucessor e seu período foi ocultado por período conhecido como "idade das trevas" (dark age), período no qual os relatos escritos são muito escassos. Seu sucessor foi seu filho Ishme-Dagan II (1.565-1.549 a.C.) e o seguinte a ocupar o trono foi Shamshi-Adad III (1.549-1.533 a.C.) primo de Ishme-Dagan II e foi sucedido por Ashur-nirari I (1.533-1.507 a.C.) filho de Ishme-Dagan II. Durante o período desses últimos reinados, desde Shamshi-Adad II e 1.522 a.C., a Assíria prosperou pacíficamente, não existem relatos de confrontos com o Império Mitanni da Ásia Menor, com o Império Hitita e com o Império Babilônico, durante mais de meio século de reinado. Eles são conhecidos por terem sido reis prosperos e construtores, melhoraram a infra-estrutura das cidades, construiram templos entre outros projetos diversos em todo o reino. Ashur-nirari I foi sucedido pelo seu filho Puzur-Ashur III (1.507–1.483 a.C.), foi um governante forte e energético, ele fortificou a cidade de Assur, construindo muralhas mais fortes, incorporando quarteis e aumentando a guarda e a defesa da cidade. Foram também construídos templos para os deuses do sol Shamash e da lua Sin, bem como foi realizado um tratado com o rei Cassita Babilônico Burna-Buriash I definindo os limites territorias dos dois impérios.
Seu filho Enlil-nasir I (1.483-1.470 a.C.) foi seu sucessor e manteve a paz e a properidade, deixando seu filho Nur-ili (1.470-1.458 a.C.) como sucessor. O próximo na sucessão foi Ashur-shaduni (1.458 a.C.) que após um mês no poder foi deposto por seu tio Ashur-rabi I (1.458-1.439 a.C.) filho de Enlil-nasir I, Ashur-rabi I foi sucedido por seu filho Ashur-nadin-ahhe I (1.439-1.420 a.C.).
-Declínio Assírio (1.420-1.380 a.C.): Sob o comando de reis pouco dedicados, o Império não progrediu o bastante para acompanhar a evolução dos outros impérios da região. O Império Mitanni estava se expandindo rapidamente na Anatolia e havia se aliado ao Império Hitita, formando uma grande força militar. Ashur-nadin-ahhe I se aliou aos Egípcios comandados pelo Faraó Amenhotep II que também eram inimigos do Mitanni. O faraó enviou uma soma considerável de ouro para confirmar a alinça. No entanto essa aliança militar não intimidou o imperador Mitanni Saushtatar, que invadiu a Assíria e saqueou a cidade de Ashur, transformando a Assíria em um estado vassalo e obrigando Ashur-nadin-ahhe I a pagar tributos a Saushtatar. Enlil-nasir II (1.420–1.415 a.C.) tomou o trono do irmão Ashur-nadin-ahhe I, mesmo assim não conseguiu evitar de pagar tributos aos Mitanni e rapidamente foi sucedido pelo seu filho Ashur-nirari II (1.376-1.370 a.C.), que também teve que continuar pagando tributos e prestando vassalagem ao Império Mitanni. Contudo a influência do Império Mitanni se reduziu ao longo do tempo e não provocou grandes alterações no modo de vida Assírio. A dinastia de reis persistiu a mesma, até que Ashur-bel-nisheshu (1.407–1.399 a.C.) filho de Ashur-nirari II, conseguiu obter a independência do Império Mitanni, graças a um tratado de aliança com o Rei Cassita Karaindash da Babilônia. Durante este período a Assíria desenvolvou um sofisticado sistema financeiro e econômico.
Ele foi sucedido por seu filho Ashur-rim-nisheshu (1.398–1.391 a.C.) que reconstruiu e reforçou as muralhas de Ashur, a capital Assíria. Ele foi sucedido por seu filho Ashur-nadin-ahhe II (1.390–1.381 a.C.), que estreito relações diplomáticas com o Egito e recebeu grandes quantias de ouro em troca de auxílio em defesa do Egito comntra a aliança militar Mitanni-Hitita, entretanto a Assíria não tinha se recuperado o suficiente para enfrentar um confronto direto com os Mitanni-Hitita.
•Império Assírio Médio (1.381-912 a.C.): as principais dificuldades enfrentadas durante este período eram com as rotas comerciais, desavenças com as outras principais civilizações da região impediam o fluxo de produtos essenciais para os Assírios, os metais da Anatolia estavam sob domínio dos Hititas e Hurritas, que controlavam também os portos do Mediterrâneo. Os Cassitas controlavam os rios e suas rotas de comércio do sul do Golfo Pérsico. Contudo o Império Assírio nessa época era muito bem organizado, os reis possuíam poderes incontestáveis e eram apoiados pelos altos sacerdotes de Ashur. Os reis tinham como dever auxiliar os templos e promover a cultura, delegando certa quantia de poder a autoridade aos sacerdotes e ao Sumosacerdote, que possuía grande influência sobre o povo. Conflitos graves entre as classes não eram comuns, contudo os sacerdotes influenciaram na morte do rei Tukulti-Ninurta I. As principais cidades desse período eram Ashur, Kalhu (Nimrud) e Nineveh, todas localizadas no vale do rio Tigre. No final da Era do Bronze, Nineveh era menor do que a Babilônia, mesmo assim poderia ser considera uma das maiores cidades do mundo antigo, com uma população estimada em 33.000 pessoas. Todos os cidadãos homens adultos livres eram obrigados a servir o exército durante um tempo, este serviço era chamado de ilku. Um código de leis de condutto já era utilizado e a posição da mulher na sociedade era inferior se comparada com outras civilizações vizinhas. Os homens possuíam o direito ao divórcio sem precisar compensar as mulheres, se uma mulher cometesse o adultério, ela poderia ser condenada ao espancamento ou a morte. As mulheres do harém do rei e os seus servos estavam também sujeitos a punições severas, indo desde espancamentos e mutilações, ate a morte. A Assíria em geral possuía leis mais severas do que as outras civilizações da região. Execusões punitivas devido crimes eram comuns, bem como realizações de trabalhos forçados. Algumas ofensas eram punidas também com torturass. Este período é também marcado por diversas guerras de longa duração, que influenciaram muito em tornar a Assíria uma sociedade guerreira. O Rei dependia grandemente as classes de cidadãos, sacerdotes e nobresa para manter as estruturas governamentais, suprir as demandas dos exércitos por soldados, cavalos, armas e mantimentos. A arquitetura da assíria, de forma similar a da Babilônia, era influênciada pelos estilos Sumério-Acadiano, mas já estava ganhando um estilo próprio. Os palácios ostentavam paredes coloridas bem decoradas, os templos eram majestosos, as escolas eram bem estruturas onde os escribas podiam aprender as escritas locais e dos outros povos da Mesopotâmia. Nesse período começou a surgir um novo estilo de zigurate, que possuíam duas torres contendo telhas esmaltadas e coloridas.
Eriba-Adad I (1.380–1.353 a.C.) tio de Ashur-nadin-ahhe II assumiu o trono e finalmente conseguiu se opor ao Império Mitanni, fazendo com que a inflência Mitanni na Assíria entrasse em declínio rapidamente. A estratégia utilizada por Eriba-Adad I foi se envolver na batalha de disputa pelo trono Hitita entre os irmãos Tushratta e Artatama II e seu filho Shuttarna II, que ao vencer a batalha com ajuda dos assírios, se tornou rei dos Hititas. Com os hititas como aliados, Eriba-Adad I e a Assíria estavam prontos para enfrentar o Império Mitanni e inverter o jogo, passando a influênciar em toda a região mesopotâmica. Ashur-uballit I (1.353–1.318 a.C.) filho de Eriba-Adad I assumiou o trono e provou ser um governante poderoso, ambicioso e feroz. Os Assírios atacaram o sul do Império Mitanni e os Hititas atacaram o norte, fazendo com que as forças de Shuttarna II rei Mitanni se dividissem e dessa forma, derrotando o rei Mitanni, conquistaram o Império Mitanni. A Assíria manteve uma relação de domínio com os hititas, hurritas e para conseguir uma aliança com o babilônicos, casou sua filha com o Rei Cassita Burnaburiash II da Babilônia.
Este casamento trouxe resultados desatrosos para a Babilõnia, após a morte de Burnaburiash II em 1.333 a.C., ele foi sucedido por seu filho Kara-hardash (1.333 a.C.), que era metade Assírio e metade Babilônico, contudo um usurpador chamado Nazi-Bugash (1.333 a.C.) derrubou Kara-hardash do poder matando-o e assumindo o trono. O rei Assírio Ashur-uballit I, avô de Kara-hardash, furioso invadiu e saqueou a Babilônia, matou Nazi-Bugash e anexou a Babilônia ao império Assírio, colocando seu neto Kurigalzu II (1.332-1.308 a.C.) como seu governante vassalo. Kurigalzu II era filho de Burnaburiash II (irmão de Kara-hardash) e lutou ao lado de Enlil-nirari da Assíria na batalha de Sugagi contra Nazi-Bugash. Ashur-uballit I então atacou e derrotou o rei Mitanni Mattiwaza e anexou as terras dos Mitanni e dos Hurritas ao império Assírio, tornando-o um dos maiores e mais poderosos impérios. Enlil-nirari (1.317–1.308 a.C.) filho de Ashur-uballit I sucedeu ao trono, que foi descrito como um "grande rei" em escrituras de reis Hititas. Ele foi atacado imediatamente após assumir o trono por seu sobrinho Kurigalzu II rei vassalo da Babilônia, entretanto Enlil-nirari conseguiu repelir o ataque, derrotando os babilônios. Em seguida ele contra atacou a Babilônia e anexou mais alguns territórios para a Assíria.
Foi sucedido por seu filho Arik-den-ili (1.307–1.296 BC a.C.), que consolidou o poder Assírio na região, realizando campanhas de sucesso nos Montes Zagros subjulgando os Lullubis e Gutos e na Siria derrotou as tribos semiticas. Seu sucessor foi seu filho Adad-nirari I (1.295–1.264 a.C.), que transformou a cidade de Kalhu ou a bíblica cidade de Nimrod em capital do império e contínuou a expansão para o noroeste, conquistando territórios hititas e hurritas. Em seguida ele avançou para nordeste em direção a Ásia Menor e finalmente se voltou para o sul, anexando territórios da Babilônia e forçando os reis cassitas da Babilônia a aceitar um acordo com as novas fronteiras a favor da Assíria. Adad-nirari's inscriptions are more detailed than any of his predecessors. Ele declarou que os deuses da Mesopotâmia o chamaram para a guerra, esse chamado a guerra foi usado por diversos outros reis assírios posteriores como desculpa para iniciar guerras. Ele se autodenominou "Sharru Rabi" (O Grande Rei) e no final de seu reinado realizou várioas contruções em diversas cidades assírias. Deixou como sucessor seu filho Shalmaneser I (1.263–1.234 a.C.), que mostrou ser um grande rei guerreiro, durante seu reinado ele conquistou o reino Hurrita de Urartu e os Gutos dos Montes Zagros. Em seguida ele atacou os Mitanni, derrotou o rei Shattuara e seus aliados, destruíndo completamente o reino Hurrita-Mitanni. Durante a batalha, Shattuara havia dominado a rota de abastecimento de água e comido dos exércitos assírios, verificando que não conseguiria resistir muito tempo diante dessas novas condições, Shalmaneser I contratacou bravamente o bloqueio e o rompeu, acabando de vez com o exército inimigo. Ele colocou como governante Mitanni o príncipe assírio Ilu-ippada.
Ascendeu ao trono Tukulti-Ninurta I (1.233–1.197 a.C.) filho de Shalmaneser I, que conseguiu obter uma grande vitória contra os Hititas comdandos pelo rei Tudhaliya IV na batalha de Nihriya. Em seguida ele invadiu, saqueou, derrubou as muralhas e incendiou a Babilônia e levou como prisioneiro o rei Kashtiliash IV e intitulou-se "Rei da Suméria e Acádia", que era um título muito antigo que demonstrava grande poder utilizado pela primeira vez por Sargão da Acádia séculos antes, se tornando o primeiro mesopotâmico nativo a governar a cidade-estado. Um governador assírio chamado Enlil-nadin-shumi (1.224 a.C.) foi colocado no trono para governar como vice-rei de Tukulti-Ninurta I, entretanto Enlil-nadin-shumi governou por apenas um ano e foi substituído por Kadashman-Harbe II (1.223 a.C.) que também teve um governo bem pequeno, sendo sucedido por Adad-shuma-iddina (1.222–1.217 a.C.), ambos como vices-rei de Tukulti-Ninurta I. Adad-shuma-usur (1.216–1.187 a.C.) também governou como vice-rei da assíria, entretanto no meio de seu governo ocorreu a morte por conspiração de Tukulti-Ninurta I em 1.197 a.C., gerando diversos conflitos internos na Assíria, que culminaram na sucessão de seu filho Ashur-nadin-apli (1.196–1.194 a.C.). Se aproveitando dessa instabilidade Adad-shuma-usur da Babilônia assumiu o trono e se desvinculou do domínio assírio deixando apenas a região norte sob essa influência.
Ashur-nadin-apli governou sob um período de grande instabilidade no domínio do império assírio, diante disso, não conseguiu recapiturar a Babilônia. Seus sucessores também enfrentaram as mesmas dificuldades, sendo sucedido por seu filho Ashur-nirari III (1.193–1.188 a.C.), seguido por Enlil-kudurri-usur (1.187–1.183 a.C.) filho de Tukulti-Ninurta I e tio de Ashur-nirari III e em seguida o trono foi usurpado por Ninurta-apal-Ekur (1.182–1.180 a.C.), que era filho de Ila-Hadda e descendente direto de Eriba-Adad I. Esse período de instabilidade só terminou quando Ashur-Dan I (1.179–1.133 a.C.) filho de Ashur-nadin-apli, legítimo herdeiro, ascendeu ao trono assírio. Ele estabilizou as revoltas internas da Assíria, resistiu os ataques babilônicos que tentavam recuperar as cidades do norte como Zaban, Irriya e Ugar-sallu, durante várias gerações de reis Cassitas (Marduk-apla-iddina I, Zababa-shuma-iddin e Enlil-nadin-ahi) e conseguiu até conquistar mais cidades babilônias no norte. Contudo após os babilônios entrarem em guerra contra os poderosos Elamitas sob o comando do Rei Shutruk-Nahhunte, que conseguiu derrotar os reis Cassitas da Babilônia e além de tomar a maioria das cidades-estado da Babilônia, matou o rei Enlil-nadin-ahi colocando um fim na dinastia Cassita sob a Babilônia. Em seguida Shutruk-Nahhunte entrou em guerra com a Assíria tomando a cidade Arrapkha que foi rapidamente reconquistada por Ashur-Dan I, que também derrotou severamente os Elamitas, forçando-os no final a concordar com tratados que favoreciam grandemente a Assíria.
Após a morte de Ashur-Dan I, ocorreu um novo período de instabilidade na Assíria, pois seu filho Ninurta-tukulti-Ashur (1.133 a.C.) o sucessedeu ao trono e foi deposto por seu irmão Mutakkil-Nusku no primeiro ano de reinado, sendo forçado a fugir para a Babilônia. Mutakkil-Nusku (1.133 a.C.) assumiu então o trono, contudo morreu no mesmo ano. Assumiu então o trono Ashur-resh-ishi I (1.133–1.116 a.C.) filho de Mutakkil-Nusku, que novamente trouxe um grande período de prosperidade para a Assíria. Inicialmente assinou um acordo de cordialidade com o grande Rei Babilônico Nabucodonosor I (1.126–1.103 a.C.). Após o ataque dos Frígios indo-europeus (Mushki em Assírio), que provocaram o colapso do Império Hitita, a Babilônia e a Assíria buscaram conquistar regiões desprotegidas Hititas na região da atual da Síria, gerando discordia entre os governantes. A Assíria conseguiu conquistar diversas terras Hititas na Ásia Menor, o Aram na Síria, terras dos Gutos e após as vitórias da Babilônia no Elam, Nabucodonosor I se virou contra a expansão assíria e realizou duas campanhas militares contra as fortalezas fronteiriças de Zanqi e Idi da Assíria, devido violações no acordo de cordialidade. A primeira campanha consistiu em um cerco a fortaleza que foi interrompido devido a chegada da força principal do exército de Ashur-resh-ishi I que possuía maior número, provocando a retirada do exército de Nabucodonosor I. A segunda campanha consistiu em uma batalha direta entre as forças militares, na qual Ashur-resh-ishi I saiu vitorioso, conseguindo capturar o grande marechal babilônico Karastu.
Seu filho e sucessor Tiglath-Pileser I (1.115–1.076 a.C.) assumiu o trono após a morte de seu pai e governou durante longo período, se tornando um dos maiores reis conquistadores da Assíria. Sua primeira campanha militar foi em 1.112 a.C. quando derrotou e expulsou para longe os Frígios que tentaram ocupar algumas cidades assírias na região alta do rio Eufrates na Ásia Menor, derrotou também o Hititas que tentavam retomar o poder na cidade de Subartu, em seguida conquistou quase toda Anatólia. Os Arameus das regiões central e norte da Síria foram os próximos alvos dos assírios. Controlando a cidade Hitita de Pitru localizada próxima a junção entre os rios Eufrates e Sajur, Tiglath-Pileser I dominou as estradas de acesso ao Mediterrâneo e iniciou o processo de conquista de cidades-estados Fenícias Mediterrâneas, como Biblos, Tire, Sidon, Simira, Beritus e Aradus. Uma lenda conta conta que Tiglath-Pileser I comandou ambém um barco que navegou pelo Mar Maediterrâneo e encontrou e mantou um monstro marinho chamado Nahiru ou "cavalo-marinho" (provavelmente um Narval). Tiglath-Pileser I foi também um grande construtor, ele restaurou o templo dos deuses de Ashur. Uma de suas maiores realizações foi a invasão e derrota da Babilônia duas vezes, conquistando vários territórios do norte da Babilônia e regiões da antiga suméria, fazendo assimir o antigo título de "Rei da Suméria e da Acádia" e forçando a Babilônia a pagar tributos. Ele foi sucedido por seu filho Asharid-apal-Ekur (1.076–1.074 a.C.) que reinou por apenas 2 anos e não conseguiu realizar grandes feitos.
Ashur-bel-kala (1.074–1.056 a.C.) filho de Tiglath-Pileser I assumiu o trono, ele manteve o vasto império unido e realizou diversas campanhas militares com sucesso. Manteve relações diplomaticas amigáveis com Marduk-shapik-zeri da Babilônia, entretanto o sucessor ao trono seguinte Kadasman-burias quebrou o tratado, levando Ashur-bel-kala a invadir Babilônia e derrubar Kadasman-burias do poder, colocando seu genro Adad-apla-iddina (1.069–1.046 a.C.) como vassalo no governo da Babilônia. Ashur-bel-kala construiu um dos primeiros Jardim Zoológico e Jardim Botânico do mundo em Ashur, adicionando a coleção diversos animais e plantas coletados por todo o Império Assírio e recebendo animais exóticos coletados do Egito como tributo. Ele também foi descrito como grande caçador, realizando expedições por todo o reino para a caça de animais. No final de seu reinado o império assírio entre em guerra civil, quando estorou uma rebeilão orquestrada por Tukulti-Mer, um pretendente ao trono assírio. Ashur-bel-kala esmagou Tukulti-Mer e seus aliados, entretanto a guerra civil na assírio possibilitou a seus adversários conquistados tirarem proveito da situação se rebelando. Ashur-bel-kala contratacou-os e conquistou de volta diversos territórios rebelados, mas nem todos os territórios que havia sido dominados anteriormente retornaram.
-Império Assírio o colapso da Idade do Bronze (1.055–936 a.C.): Também conhecido como a idade das trevas da região entre o Norte da Africa, Ásia Menor, Caucasus, Mediterrâneo e região dos Balkãs, provocando grandes fluxos de movimentos de pessoas em massa. A Assíria e o restante do império não havim sido afetados por esse fluxo durante os primeiros 150 anos, contudo eram o único império antigo que permanecia assim. Após a morte de Ashur-bel-kala em 1.056 a.C., a Assíria iniciou o período de declínio para sua idade das trevas nos 100 anos seguintes. Em 1.020 a.C. a Asíyria controlava apenas regiões próximas e pontos estratégicos em rotas comerciais maiores na Ásia Menor, Mesopotânia e norte do atual Iran. Apesar da aparente fraquesa da Assíria, em comparação com outras civilizações da região, ela ainda poderia ser considerada a mais forte, muito bem defendida, possuindo os melhores guerreiros do mundo e baseada em uma monarquia estável, com um exército poderoso e localizada em uma posição estratégica, tendo como as principais civilizações rivais o Egito, a Babilônia, o Elam, a Frígia, o Urartu, a Pérsia e a Média. Durante este período os reis assírios adotaram a estratégia de apenas se defender e manter o controle do império, evitando gastar energia com outras ações.
Eriba-Adad II (1.056–1.054 a.C.) sucessor e filho de Ashur-bel-kala, governou por apenas 2 anos, durante seu reinado ele continuou o expansionismo sob os territórios Arameus e neo-Hititas, até que seu tio Shamshi-Adad IV (1.054–1.050 a.C.), irmão de Ashur-bel-kala, o depôs e assumiu o trono, entretanto seu reinando também foi bem curto e sem grandes realizações. Ele foi sucedido por seu filho Ashur-nasir-pal I (1.050–1.031 a.C.) e durante seu reinado, deu continuidade na expansão territorial para o oeste, contudo durante seu reinado a Assíria enfrentou uma grande excassez de comida. ele foi sucedido por seu filho Shalmaneser II (1.0301–1.019 a.C.) que perdeu alguns territórios durante revoltas de povos Arameus entre outros povos sob domínio assírio. Ashur-nirari IV (1.019–1.013 a.C.) filho de Shalmaneser II assumiu o trono e diante de um estado anárquico na Babilônia, ele viu a oportunidade e atacou a Babilônia em 1.018 a.C., invadindo e capturando a cidade de Atlila, entre outras regiões. Ele foi deposto pelo tio dele Ashur-rabi II em 1.013 a.C. Durante o reinado de Ashur-rabi II (1.013–972 a.C.) tribos de Arameus invadiram as cidades de Pitru e Mutkinu, que tinham sido colonizadas por Tiglath Pileser I, mostrando que a Assíria estava fragilizada em seu sistema militar defensivo. Ashur-rabi II atacou os Arameus forçando-os a fugir do Mediterrâneo e construiu um forte para proteger essa região.
Foi sucedido por seu filho Ashur-resh-ishi II (971–968 a.C.), que reinou por um curto período de tempo e durante este reinado se dedicou em proteger as fronteiras da Assíria e realizaou alguns serviços de reconstrução de edificações na Assíria. Tiglath-Pileser II (967–936 a.C.) seu filho o sucedeu e teve um longo reinado, durante cerca de 28 anos. Ele manteve a política de seus predecessores e um governo sem muitas novidades. Foi sucedido por seu filho Ashur-Dan II (935–912 a.C.), que ficou marcado por conseguir incrementar a economia e a organização na assíria, proporcionando grande prosperodade e riqueza, iniciando o processo de construção do que se tornaria um império. Ele defendeu com esmero as fronteiras do reino, expulsando para longe das fronteiras as tribos que sempre causaram problemas. Ele se preocupou em reconstruir e fortalecer a Assíria, construiu centros governamentais em todas as províncias e fortaleceu a economia, preparando a Assíria para um novo período.
•Império Assírio Novo (911–612 a.C.):
Em construção
Referências:
- A. K. Grayson (1972), Assyrian Royal Inscriptions, Volume 1. Otto Harrassowitz.
- A. K. Grayson (1975), Assyrian and Babylonian chronicles. J. J. Augustin. p. 231.
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