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Cultura Harappa

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    A cultura Harappa é uma cultura neolítica da Idade do Bronze que habitou desde o leste do atual Paquistão na região do Vale do Rio Indo até as praias do Oceano Indico. Esses povos são também conhecidos como pré-védicos, ou seja, anteriores aos Vedas que iriam ocupar essa região posteriormente. Faziam parte desta cultura ou civilização diversas grandes cidades além de Harappa, como Mohenjo-Daro, Lothal, Mehrgarh, Dholavira, Ganeriwala e Rakhigarhi. sendo sua extensão territorial na totalidade maior que a do Egito e Mesopotâmia juntos, chegando a ocupar 1,5 milhão de quilômetros quadrados.

    As ruinas de Harappa foram primeiramente descritas em 1842 por Charles Masson. As primeiras escavações ocorreram apenas depois de 1920 na província da Índia Britânica de Punjab, atual Paquistão. Mohenjo-Daro foi escavada apenas em 1931. Desde então mais 1000 cidades antigas já foram encontradas na região, sendo apenas 100 a quantidade escavada.

    • A Pré-História (7.000-3.200 a.C.):.

    Os primeiros hominídeos a ocupar a região se acredita que tenham sido os Homo erectus, contudo famílias de Homo sapiens chegaram na região há cerca de 40 mil anos atrás. As primeiras comunidades agrícolas a fazer um assentamento na região foram as neolíticas há cerca de 7 mil anos antes de Cristo. Elas eram baseadas ainda caçadoras e coletaras, iniciando o processo de agricultura e criação de animais. A fase mais antiga conhecida desses povos se chama Mehrgarh I (7.000–5.500 a.C.) que era anterior a confecção de cerâmicas. Esta fase foi seguida pelas fases Mehrgarh II, III, IV, V e VI (5.500–3.300 a.C.), onde se desenvolveu principalmente a cerâmica e a região começou a ser bem ocupada. Há 4 mil anos a.C. já se verifica que as comunidades agrícolas estavam bem desenvolvidas.

    • Processo de urbanização (3.200-2.600 a.C.):.

    Há agricultura se desenvolveu muito durante este período, se tornando bem sofisticada. Em 3.000 a.C. com a sobra de alimentos, se inicia o processo de urbanização na região e surgem as primeiras cidades. No período de 26.00 a 2.600 a.C., já se observar o surgimento de uma cultura escrita e o início do planejamento das cidades. As fases seguintes foram Harappeana 1 - Ravi (3.300–2.800 a.C.) e Harappeana 2 - Kot Diji, Nausharo I, Mehrgarh VII (2.800–2.600 a.C.).

    • A Era de Ouro ou Apogeu Harappeano (2.600-1.900 a.C.):.

    Dominavam com grande habilidade a agricultura e os processos de construção. Utilizavam as cheias dos rios para irrigar plantações, criavam represas para enfrentar as inundações. As casas eram planejadas de um ou dois pisos que possuíam alguns confortos doméstico, como poço interno para obter com facilidade água fresca, sala de banhos, pátio com balaustrada e claraboia mantendo o ar fresco, cozinha, dependências de serviço, quarto para dormir no andar superior para os donos da casa e no andar inferior para os servos. Não foram encontrados templos ou palácios grandiosos, mas sim, diversas casas amplas e confortáveis, com ruas largas. Viviam basicamente da agricultura e do comércio.
   A astronomia de Harappa era bem desenvolvida, sendo dividida em 27 nakshatras, que eram baseados no espaço médio percorrido pela Lua em um dia. A matemática da civilização harappeana também era avançada, eles Contavam na base decimal e já haviam estabelecidos padrões de medida, por exemplo, os tijolos possuíam todos as mesmas dimensões. A escrita harappeana ainda não foi decifrada totalmente. As fases classificadas neste período são Harappeana 3A - Nausharo II (2.600–2.450 a.C.), Harappeana 3B (2.450–2.200 a.C.) e Harappeana 3C (2.200–1.900 a.C.).

    • O Declínio (1.900-1.300 a.C.):.

    Através dos estudos arqueológicos, não foram encontrados indícios de violência nas ruínas de Harappa e Mohenjo-Daro. Foram encontradas evidências que apontam para sinais de deterioração e empobrecimento da população, como por exemplo a diminuição do tamanho das casas. Foram encontrados diversos sinais de inundações por ruptura de diques, devido provavelmente à mudança da quantidade de chuvas, com períodos de elevada quantidade de chuvas, alternados por períodos de grande seca, que poderia ter levado ao desaparecimento do rio Saraswati. Evidências apontam uma grande seca que durou cerca de 300 anos próximo de 2.000 a.C., destruindo diversas civilizações sul asiáticas.

    Não foram encontrados sinais de migração dos dravidianos do sul para o vale do Indo. Entretanto ocorreu uma grande invasão de povos arianos de cultura védica que impuseram seus cultos religiosos e modos de vida, se aproveitando da seca que enfraqueceu os harappeanos e dando origem as culturas que permanecem até os dias atuais na região. As fases deste período são Harappeana 4 (1.900–1.700 a.C.) e Harappeana 5 (1.700–1.300 a.C.)

Dados da Civilização:
Nome: Cultura Harappa ou Civilização Harappeana
Idade: 6000 a 5.500 a.C.
Local: Vale do Rio Indo
Tamanho: 1,5 milhão km²

Referências:
- "Archeological Site of Harappa". World Heritage Centre.
- http://en.wikipedia.org/wiki/Indus_Valley_Civilization.
- Fagan, Brian (2003). People of the earth: an introduction to world prehistory. Pearson. p. 414. ISBN 978-0-13-111316-9..
- Kenoyer, J.M., 1997, Trade and Technology of the Indus Valley: New insights from Harappa Pakistan, World Archaeology, 29.
- Library of Congress: Country Studies. 1995. Harappan Culture.


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